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quinta-feira, 11 de outubro de 2012

O MENINO POBRE QUE MUDOU O BRASIL

Por Cléber Sérgio de Seixas

Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o ministro Joaquim Barbosa (STF) deu declaraçãos heterodoxas do ponto de vista da oposição e grande imprensa. Por exemplo, disse que a mídia e o empresariado brasileiros são todos brancos e conservadores e que vê "dois pesos e duas medidas" na cobertura da imprensa que "nunca deu bola para o mensalão mineiro". "Todas as engrenagens de comando no Brasil estão nas mãos de pessoas brancas e conservadoras”, salientou ele em outro trecho da entrevista. Afirmou também que vota em Lula desde 1989 e votou em Dilma nas últimas eleições presidenciais. Disse também que nunca foi procurado por Lula ou Dilma para tratar de assuntos referentes ao “mensalão”.

As afirmações de Barbosa à Folha desmontam parte da estratégia da oposição e de seu braço midiático de demonizar Lula e o PT aproventando-se do julgamento da Ação Penal 470.

Sem um nome de peso para disputar o Planalto com Dilma (ou Lula?) em 2014, a oposição pode não retornar ao poder nas eleições vindouras. Seria Barbosa um nome à direita a ser trabalhado pela mídia visando às próximas eleições presidenciais? A capa da última edição da revista Veja fornece um indício.

No entanto, as declarações do futuro presidente do STF não se coadunam com a ideologia conservadora da elite tupiniquim, propagada aos quatro ventos pela sua mídia que ora faz as vezes de partido político.

Para horror de Ali Kamel (Ex-Diretor Geral de Jornalismo da TV Globo que escreveu o livro “Não Somos Racistas”), Barbosa disse à Folha que o racismo o acompanha desde sua infância. "O racismo parte da premissa de que alguém é superior. O negro é sempre inferior. E dessa pessoa não se admite sequer que ela abra a boca. 'Ele é maluco, é um briguento'. No meu caso, como não sou de abaixar a crista em hipótese alguma...". Se um ministro do Supremo Tribunal Federal é vítima do racismo, o que dizer de milhares de brasileiros estigmatizados pela pobreza e pela cor da pele?

As declarações de Barbosa, portanto, jogam contra o tão caro aos conservadores mito da democracia racial brasileira. Faltou perguntar ao ministro se ele é a favor ou contra as cotas para negros nas universidades públicas.

O resultado das eleições de 2012 mostra que o discurso udenista carregado de indignação seletiva e adotado pela direita nativa não está rendendo os dividendos eleitorais esperados. Se o “mensalão” iria sepultar o PT, as estatísticas provam o contrário. O Partido dos Trabalhadores conquistou 14% a mais de prefeituras em relação às eleições de 2008, enquanto o PSDB conseguiu 13% menos. A direita conservadora já teve tempos “melhores” com Lacerda e seu “mar de lama”.

Se o PT obtiver vitória em Sampa, o nome de José Serra irá para limbo político nacional e figuras alternativas no PSDB como Aécio Neves e Geraldo Alckmin, o bon vivant e o picolé de chuchu, respectivamente, ainda carecem de peso político. No afã de abrir caminho para as eleições de 2014, a oposição aposta todas as fichas no mensalão, e no âmbito do mesmo tenta pinçar um nome alternativo. Ao que tudo indica, esse nome seria Joaquim Barbosa.   

Depois da entrevista à Folha, o que dirão de Joaquim Barbosa os arautos da mídia golpista que anseiam transformá-lo numa espécie de paladino da justiça e, quiçá, candidato da oposição em 2014?

Esperemos para ver o posicionamento do ministro do Supremo quando do julgamento do “mensalão tucano”, algo que a grande imprensa guarda a sete chaves em sua caixa-preta. De acordo com o parecer do ministro, ele pode seguir perante a mídia golpista como um super-herói de manto negro, paladino da decência e moral, quem sabe um “preto com alma branca”, ou como um negro valentão que chegou ao Supremo Tribunal Federal indicado pelo presidente mais corrupto da história desse país. 

As declarações de Barbosa à Folha sugerem o contrário do que está estampado na capa da edição 2290 de Veja. O menino pobre que mudou o Brasil foi Lula ao fazer um governo que permitiu que outros meninos negros e pobres como Barbosa tivessem mais condições de estudar e, consequentemente, mais possibilidades de chegar ao topo do universo jurídico nacional. 
 

Joaquim Barbosa foi eleito ontem novo Presidente do STF

O STF (Supremo Tribunal Federal) elegeu nesta quarta-feira (10) o ministro Joaquim Barbosa, relator no julgamento do mensalão e atual vice-presidente do Supremo, para ser o novo presidente da Corte por um mandato de dois anos. Ele substituirá o ministro Ayres Britto, que completa 70 anos em novembro e, pela lei, será obrigado a se aposentar.
Barbosa foi eleito por nove votos a um -- Ricardo Lewandowski teve um voto. Para  vice-presidência, foi eleito Lewandowski, por nove votos a um, que foi para a ministra Cármen Lúcia. Vale lembrar que os ministros não costumam votar neles mesmos. Barbosa foi escolhido segundo a tradição do STF, que é a de escolher o vice-presidente.
Com base no artigo 12 do regimento Interno do STF,  a eleição deve ocorrer na segunda sessão ordinária do mês anterior ao da expiração do mandato do presidente. Barbosa também foi eleito para presidir o CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

A eleição foi por voto secreto e feita em cédulas de papel. Quem fez o escrutínio do resultado foi Rosa Weber, a ministra mais nova da casa.
O mandato do presidente do STF é de dois anos e o presidente não pode ser reeleito para o mandato imediatamente seguinte. Entre suas atribuições estão a de velar pelas prerrogativas do Tribunal, representá-lo perante os demais poderes e autoridades, além de dirigir os trabalhos e presidir as sessões plenárias.
Em entrevista à coluna da "Folha de S. Paulo" Monica Bergamo, Barbosa disse que pretende, no cargo, lançar discussões sobre práticas do Judiciário. "No Brasil, coisas absurdas são admitidas como as mais naturais. Por exemplo, filhos e mulheres de juízes advogarem nas cortes em que seus parentes atuam. Se você fizer uma interpretação rigorosa do devido processo legal, da igualdade de armas que o juiz deve conceder às partes, pode chegar à conclusão de que essa prática é ilegal."
Após a eleição, que durou menos de dez minutos, o decano Celso de Mello diz que Barbosa saberá enfrentar e superar os obstáculos que são "tão comuns" ao exercício da Suprema Corte do Brasil. "Desejo, e certamente sinto que posso falar em nome dos colegas, desejo ao ministro Joaquim Barbosa todo o sucesso no desempenho das suas elevadíssimas funções e que saberá agir com a prudência e segurança enfrentar e superar os obstáculos que são tão comuns no exercício da presidência da Suprema Corte do Brasil", afirmou Mello.
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, também saudou a escolha de Barbosa, relembrando que ele também fez parte do Ministério Público anteriormente. 
"Da classe dos advogados, tenho a honra de saudar e me associar às manifestações do ministro Celso de Mello e a nação encontra-se em júbilo com a eleição do ministro Joaquim Barbosa que, ao manter a tradição deste Supremo Tribunal Federal foi eleito, e terá a sabedoria da condução pelos desígnios e desejos que a nação tanto espera da nossa Justiça", afirmou Roberto Caldas, juiz da Corte Interamericana de Direitos Humanos.
Barbosa agradeceu a eleição pelos colegas. "Gostaria de agradecer aos colegas pela confiança e dizer da minha satisfação, da minha honra, em ser eleito para a presidência da Casa."
O atual presidente da Corte, Ayres Britto, disse que Barbosa é "homem afeito às mais variadas leituras" e que ele "honra esta Casa pela sua inteligência fulgurante e pelo seu desassombro pessoal".

Fama

Joaquim Barbosa ganhou fama recentemente por ser o relator do processo do mensalão, julgado atualmente pelo Supremo. Ao votar no último domingo, no Rio de Janeiro, Barbosa foi saudado efusivamente por eleitores ao chegar para votar. Da entrada do clube até a urna, Barbosa ouviu elogios e pedidos de fotos.
Quando um cidadão o saudou dizendo: "ministro, cana neles", em referência aos réus do julgamento do mensalão, Barbosa disse que esse tipo de manifestação era comum. "Muitos falam assim, mas eu não dou bola, porque não é disso que se trata."
O ministro diz que não gosta de ser tratado como "herói" do julgamento. "Isso aí é consequência da falta de referências positivas no país. Daí a necessidade de se encontrar um herói. Mesmo que seja um anti-herói, como eu."


Fonte: UOL Política 

Carlos Romero representará a Bahia em Conferência Nacional

Com apoio da secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco (Semas) e do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Caatinga, o Banco do Nordeste (BNB) realiza nesta quarta-feira (16), a Primeira Conferência Nacional sobre Desenvolvimento Sustentável do Bioma Caatinga. O evento segue até o próximo dia 18, em Fortaleza.
 
Participarão representantes do governo, poder legislativo, setor privado, movimentos sociais e comunidade acadêmica. As propostas serão encaminhadas à Conferência  Rio+20, programada para os dias 16 a 21 de junho, no Rio de Janeiro.
 
O presidente da ONG SOS Rio Paraguaçu, Carlos Romero foi escolhido para representar a Bahia. “Devido eu assumi a presidência representando entidades ambientalistas me levou a hoje a eu estar no comitê da Biosfera caatinga, que tem no Estado da Bahia, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Rio Grande do Norte e Ceará. Durante dois anos nessa luta nós conseguimos que acontecesse essa primeira Conferência Nacional do Bioma Caatinga”, disse Romero.
 
Segundo Romero, o objetivo é reconhecer o Bioma Caatinga como patrimônio nacional e ter uma força nacional em defesa da caatinga. “A nossa idéia é justamente ver como é que anda essa PEQ 15.195 (emenda parlamentar), que foi aprovada pelo congresso, onde reconhece o bioma caatinga como patrimônio nacional, e a outra meta é uma força nacional em defesa da caatinga. E com esse documento que a Bahia está levando para conferência de Fortaleza, nós queremos recuperar o bioma caatinga, que não é muito conhecido e recuperar a fauna e a flora”, explica.
 
Confira a cobertura completa na edição de hoje do Jornal Folha do Estado

Fonte: Folha do Estado da Bahia